Quando
falo da minha poesia ou da poesia daqueles que me inspiraram a escrevê-la re-nasce,
no mesmo instante, a força visceral com a qual senti e escrevi todos os meus
versos, seguindo pelos caminhos mais íntimos, mais profundos, da transparência
da minha Alma-Pensante, com a qual li, pensei e senti todos os meus versos e os
versos de todos os outros, tentando deixar, “claramente visto”, o conteúdo latente e manifesto que os preenche
de Emoções, de Sentimentos, de Estados-de-Espírito, tão diversos quanto
semelhantes, no Dizer de Isabel Rosete
e de IR (o meu semi-heterónimo, cada vez mais presente em mim).
E eis
a força do Punho-Erguido no meu
Pensamento e na minha Escrita em Poesia, sempre imperativa: não há demagogia, nem
dissimulação; não há palavras soltas, nem palavras lançadas ao acaso. Há as
palavras que têm de ser ditas e que só podem ser aquelas e não outras, em
virtude da espontaneidade do meu Pensamento assim as ditar no nomear das
coisas, na sua função não tanto denotativa, mas conotativa, porque as palavras
não são, apenas, meros sinais das coisas, pois transportam consigo uma
atmosfera emotiva, são evocadoras de um mundo emocional imenso, o qual
transcende a estreita e estrita objectividade do ser objecto. São as palavras da
Verdade do Ser, na sua autenticidade, tal como ele se mostra e é compreendido, mesmo
sabendo que cada um dos seus ditos é, tão-só, um dito possível. Porém, sempre caminho
completamente adversa a Dogmas, a Pré-conceitos, a Sebentas ou a Catecismos. O
meu Espírito mantém-se livre na Liberdade que o identifica e consagra enquanto
tal.
A
Poesia tem de des-velar a Verdade das coisas tal como elas são, seja ela
dolorosa ou não, mostrando-as no seu interior, sem sombras-chinesas, sem véus
opacos ou transparentes, sem capas longas ou curtas. A Poesia não pode ser
fundada nem na verosimilhança, nem na omissão, muito menos na Mentira e na
Hipocrisia.
A
Poesia tem, deve ter, um carácter pedagógico essencial. Não é por acaso, que os
Poetas, desde Homero, foram os primeiros educadores do seu Povo, da Humanidade,
ao longo da sua História, incluindo o Hoje, onde vamos estando em instantes
instantâneos, e o Amanhã, que nos espera em Incógnita certa.
O mesmo
caminho percorreu Camões ‑ o Poeta que deixámos morrer à míngua e que, no
entanto, vamos celebrando de quando em vez, em lembranças remotas de assinalados
momentos célebres, como se o tivéssemos bem-tratado, outrora ‑ e todos os
outros que lhe antecederam e sucederam. Sem arrogância, tento tomar por minha
esta nobre missão. Mas, se sou poeta ou não, quem sabe que o diga!
Isabel Rosete
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