domingo, 16 de novembro de 2014

Primeiro poema desta obra



"ESCREVE!", por Isabel Rosete


Estou de pé ao Luar do Mar
E esta Miséria de não-Ser Omnipotente –
Uma personagem demoníaca que apareceu,
Hoje, na minha Vida ‑ persegue-me.
Mando-a embora.
Insiste em ficar, sem desistir.
Quer-me aqui, ali… em todos os lugares
Deste ou de qualquer outro Universo,
Sempre firme e determinada na Minha IDENTIDADE,
Para Pensar o ainda Não-Pensado,
Para Escrever o ainda Não-Escrito,
Para Dizer o ainda Não-Dito.
E insiste:
Tens de ser a VOZ do TEU TEMPO
E de TODOS OS TEMPOS!
NUNCA TE CALES!
NUNCA DESISTAS!
(Grita-me com os olhos esbugalhados);
Não te agoures com as Medíocres
E Maledicentes vozes alheias
Que sobre Ti lançam Indignos Rumores,
Que sobre Ti Praguejam,
Que são Tuas opositoras (Malditas!)
Por Inveja de não serem Quem Tu És!
(Aconselha-me convictamente).
E insiste:
ESCREVE! ESCREVE! ESCREVE…!
Escreve as tuas Memórias os teus Desejos,
Todos os teus Pensamentos, primando por essa VERDADE
Do DIZER que te caracteriza,
Mesmo que Cruel para todos os outros!
ESCREVE sempre que a Tua VONTADE-DE-PODER
Se revele em Ti, da mesma forma imperativa com que TE FALO!
(Grita, ainda mais alto, com os olhos ainda mais esbugalhados,
Esbracejando violentamente).

Isabel Rosete

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