terça-feira, 11 de novembro de 2014

DA ESCRITA E DO PENSAMENTO EM “FLUXOS DA MEMÓRIA – Autobiografia(s) Poéticas”, por IR, o meu semi-heterónimo



Escrevo até à exaustão do sentir, em cada noite que permaneço em estado de alerta. Acompanham-me as Estrelas, a Lua, a Chuva, as Tempestades, o Céu sereno e luminoso, o Silêncio, que me traz a Paz e a lucidez da minha Memória engrandece. As palavras sempre fluem soltas, dispersas ou conjugadas.
O sono teima em não chegar perante essa ânsia incontrolável do meu Pensamento que quer ser dito, da Voz da minha Memória que se quer erguer na Voz do Silêncio ancestral de tantas memórias, tão presentes, tão vivas.
Tudo é fonte de inspiração. Tudo impele ao mais simples e ao mais intrincado Dizer. Todo o pensado deve ser dito! Todo o pensado tem que ser dito! Todas as minhas memórias, as mais bem-aventuradas e as mais espinhosas, têm de ser expostas, manifestadas, para o alívio da minha alma, que não cabe mais dentro de si própria.
O meu Pensamento comporta, ininterruptamente, o meu Sentir, comanda as minhas mãos, que o vão escrevendo. É um Pensamento redondo. Jamais se quer conter no seio dos limites esferoidais da circunferência que o envolve. As ideias rodopiam. Tornam-se visíveis. Mostram-se ao Mundo.
O meu Pensamento não quer mais calar a sua fala. Os fluxos constantes da minha Memória impõem-se-lhe! Então, grita, expande-se, desvela-se. Com outros pensamentos se entre-cruza e deles recolhe a sua mais nobre seiva, por entre as suas portas e janelas viradas para o Aberto do esplendor da Criação. O Pensamento é a mais preciosa lente de observação do Mundo e, na câmara aberta da Memória, todos os pormenores pode acolher, todas as essências pode abrigar.
Sem limites, navega o meu Pensamento nestes meus “FLUXOS DA MEMÓRIA” em “Autobiografia(s) Poéticas”, sempre na ânsia de percorrer todos os Mundos reais e possíveis, determinado por um sentido universal e universalizante. O meu Pensamento quer abarcar o Todo, sem deixar nada de fora. Aos insondáveis mistérios se dirige com uma curiosidade infinita. Os segredos do Universo quer desvendar, não para o manipular, mas para o salvaguardar da originariedade que ainda lhe resta.
          Tudo dentro de mim! Nada fora de mim! Eis o lema que, sempre, me persegue. É megalómano? Quiçá! Mas, não se desfaz na quebra das ondas, nem na alternância das marés. Permanece, aí, convicto da sua missão: observar e dizer o meu mundo e o Mundo, ritmicamente, sem má-fé, sem pré-conceitos, com racionalidade, crítica e auto-crítica, sensatez e originalidade.











  IR/ Semi-heterónimo de Isabel Rosete

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