segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Andrew Shapiro - Mintgreen





ADORO ESTA PEÇA. É DE UMA HARMONIA E DE UMA TRANQUILIDADE
SINGULARES. QUÃO INSPIRADORA É EM MÚLTIPLOS MOMENTOS DA NOSSA EXISTÊNCIA
CONTURBADA (por vezes; tantas vezes)!

ASSIM BRINDO, COM TODOS VÓS, À SERENIDADE, QUE NOS HABITE A ALMA, SE POSSÍVEL, PARA SEMPRE!

Saudações amistosas,

Isabel Rosete

A BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ÍLHAVO, local da realização do LANÇAMENTO deste meu/vosso novo livro

A BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ÍLHAVO, local da realização do LANÇAMENTO deste meu/vosso novo livro: "FLUXOS DA MEMÓRIA - Autobiografia(s) Poéticas", a quem muito agradeço na pessoa da Senhora Dr.ª Inês Vila, Directora deste edifício de Cultura em marcha, e na pessoa do Senhor Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Ílhavo, Eng. Paulo Costa, por terem acolhido este evento com muita consideração e carinho, pelo apoio e pelo patrocínio.
Isabel Rosete

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

EXCERTO do DIÁLOGO travado entre ISABEL ROSETE, IR (o seu semi-heterónimo) e ÁLVARO DE CAMPOS, O MESTRE/MUSO de AMBAS, CELEBRADO e HOMENAGEADO neste LIVRO, também um tratado de/sobre a POESIA, por Isabel Rosete

«(...) Ambas se reconhecem na mesma definição de Poesia: a
do seu Mestre Álvaro de Campos, que escreve, de igual modo, em
versos livres e longos. Quando têm dúvidas de teor poético-formal,
lá estão elas dentro da obra de Campos, na condição de alunas
ansiosas, à espera das respostas inéditas do seu sábio Professor.
Comportam-se como se estivessem numa sala de aula, em diálogo
com ele, questionando-o, para se esclarecerem e aperfeiçoarem,
pois desejam ser poetas, de facto, tomar a Poesia como o
seu ofício fundamental. Álvaro sempre as elucida, sentindo «tudo
de todas as maneiras», como costuma dizer – (tão) Sensacionista,
inteiramente entranhado no mundo das novas sensações fortes
–, através dos seus poemas, de todas as linhas que escreveu, em
poesia e em prosa, expondo, sem rodeios, as suas teses, Ele, tal-
-qualmente o Poeta Decadentista do "Opiário", dedicado a Mário de
Sá-Carneiro, que «mora no rés-do-chão do pensamento», enterrado
no tédio e no horror à vida, embriagado pelo ópio (um remédio,
como salienta), em viagem por um Oriente inexistente, cansado
da civilização onde nasceu, todavia, civilizado; Ele, o Futurista/
Sensacionista, estampado na sua Saudação a Walt Whitman, na
Ode Triunfal, na Ode Marítima, nos Dois Excertos de Odes e na
Passagem das Horas, escrevendo, febril e «rangendo os dentes», «à
dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica», olhando
para o «Indefinido» «no cais deserto», qual «saudade de pedra»; Ele,
o Intimista, embrulhado nas recordações desse mundo fantástico
da infância, mergulhado no cepticismo e na dor de Pensar, tal como
Pessoa, em angústia existencial e inquietação, nauseado, marcado pelo extremo cansaço, pela presença fustigante do vazio, pelo abatimento,
desencantado perante si-mesmo e os outros, sozinho, no
seu «cubículo de engenheiro», que elas não conheceram. É, deste
modo, que se lhes apresenta na Dactilografia, completamente
isolado, remontando a quem é, e, na Tabacaria, como um nada,
apesar de carregar dentro de si «todos os sonhos do Mundo».
Perante estes esclarecimentos inesperados, Isabel Rosete e
IR logo se identificaram com o conteúdo dos seus poemas (independentemente dos “rótulos” com os quais são qualificados,em fases evolutivas, pelos teóricos), cuja generalidade dos temas
também são os seus, não por coincidência (forçada) de qualquer
suposta necessidade mimética (repudiam, aliás, a ideia da arte
como imitação seja do que/quem for, primam pela máxima originalidade
possível e nunca lhes tem faltado a inspiração), mas
porque se inquietam, constantemente, com as mesmas questões
existenciais prementes, com as mesmas emoções, estados-de-alma,
pensamentos… expostas por ele, tão frontalmente, antes e
depois das suas explicitações, antes e depois de o terem lido, antes
e depois de o estudarem, como lhe fizeram notar (o seu sorriso, a
sua resposta imediata, foi de satisfação, pois verificou que elas não
se dedicam a temas fúteis) (...).»
Isabel Rosete

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Bernardo Soares

 

«Uma réstia de parte do sol, um campo (...), um bocado
de sossego com um bocado de pão, não me pesar muito
o conhecer que existo, e não exigir nada dos outros nem
exigirem eles nada de mim.»
Bernardo Soares

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Bernardo Soares

«Que serei eu daqui a dez anos – daqui a cinco anos, mesmo?
Os meus amigos dizem que eu serei um dos maiores
poetas contemporâneos – dizem-no vendo o que eu
tenho já feito, não o que poderei fazer (se não eu não
citava o que eles dizem …). Mas sei eu ao certo o que isso,
mesmo que se realize, significa? Sei eu a que isso sabe?
Talvez a glória saiba a morte e a inutilidade, e o triunfo
cheire a podridão.»


Bernardo Soares

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Eugénio de Andrade

«Caem os sonhos um a um
e o sangue estremece.
Caem, e ficam no chão.
De quem os morde e os esquece.
Farto da seiva, o dia amadurece.» 


 

                                    Eugénio de Andrade

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Álvaro de Campos

«Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
Para a vida, para o amor, para a glória…
Para que serve qualquer história,
Ou qualquer facto?»


Álvaro de Campos

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Jorge Luís Borges

 
«O livro é uma extensão da memória e da
imaginação.»


Jorge Luís Borges

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Lewis Carroll

«...qual a utilidade de um livro
– pensou Alice – onde não há ilustrações
nem diálogos?...»


Lewis Carroll

A OBRA DE ARTE por mim escolhida para a CAPA deste livro








A OBRA DE ARTE por mim escolhida para a CAPA deste livro e por mim encomendada a este artística plástico:
Mário Branco, "Sem título", 2011

Excerto extraído do PREFÁCIO escrito pelo Professor Doutor José Augusto Caiado Ribeiro Graça


«Há prefácios que nunca deveriam ser escritos porque
os textos que prefaciam dizem tudo, mostram tudo, ocupam
todo o espaço das palavras que verdadeiramente devem ser ditas.
O prefácio pode ampliar o horizonte de compreensão do
texto que virá mas, vezes há, em que o prefácio não aumenta nem
acrescenta: atrasa, retarda a leitura do texto que aguarda, logo ali.
Este será, por isso, um prefácio que, perante a obra em
análise, dispensa o “prefácio”, limitando-se a (Breves Notas) Sobre"Fluxos da Memória".»

Professor Doutor José Augusto Caiado Ribeiro Graça

Citações dos MUSOS inspiradores desta obra - Oscar Wilde

«As únicas coisas que valem a pena serem ditas são as que
esquecemos, tal como as únicas coisas que valem a pena
serem feitas são as que surpreendem o mundo.»


Oscar Wilde (Escritor)

Citações dos MUSOS inspiradores desta minha obra - Schopenhauer

«A memória age como a lente convergente na câmara
escura: reduz todas as dimensões e produz, dessa forma,
uma imagem bem mais bela do que o original.»




 







Schopenhauer (Filósofo alemão)

A QUEM AGRADEÇO NESTE LIVRO

Ao Ex. mo Senhor Professor Doutor José Augusto
Ribeiro Graça, um Filósofo exímio, uma Pessoa de grande
nobreza que escreveu o prefácio deste livro, o qual vos introduz
no seu âmago, que tão bem soube ler e interpretar, entrando no
meu pensamento e no modo como ele se foi dizendo.

À Câmara Municipal de Ílhavo, em especial na pessoa
do Ex. mo Senhor Vereador do Pelouro da Cultura, Engenheiro
Paulo Costa, também leitor e interprete da primeira prova deste
livro, por ele agraciada como uma obra escrita nesta terra, a dos
Ílhavos, a dos homens e das mulheres do Mar, em tormentas e
alegrias.

Ao Gonçalo Rosete, o meu crítico permanente, a outra
voz, mais racional, da minha consciência emocional.

Ao Mário Branco, meu companheiro de trabalho nos livros,
como designer e co-corrector.

Aos meus pais, em saudade de memória-afecto, que assim
me fizeram nascer e crescer.

Por antecipação, aos meus futuros leitores, que gostarão
ou não de me ler.

Isabel Rosete

A QUEM É DEDICADO ESTE LIVRO

Ao meu Pai,
Manuel António Rosete,
Que me fez reconhecer a importância da Memória

À minha mãe,
Maria Candida Rosete,
Que viveu atormentada
No fosso trágico das suas Memórias

Ao meu filho,
Gonçalo Rosete,
Que perpetuará as minhas Memórias

Isabel Rosete

domingo, 16 de novembro de 2014

Primeiro poema desta obra



"ESCREVE!", por Isabel Rosete


Estou de pé ao Luar do Mar
E esta Miséria de não-Ser Omnipotente –
Uma personagem demoníaca que apareceu,
Hoje, na minha Vida ‑ persegue-me.
Mando-a embora.
Insiste em ficar, sem desistir.
Quer-me aqui, ali… em todos os lugares
Deste ou de qualquer outro Universo,
Sempre firme e determinada na Minha IDENTIDADE,
Para Pensar o ainda Não-Pensado,
Para Escrever o ainda Não-Escrito,
Para Dizer o ainda Não-Dito.
E insiste:
Tens de ser a VOZ do TEU TEMPO
E de TODOS OS TEMPOS!
NUNCA TE CALES!
NUNCA DESISTAS!
(Grita-me com os olhos esbugalhados);
Não te agoures com as Medíocres
E Maledicentes vozes alheias
Que sobre Ti lançam Indignos Rumores,
Que sobre Ti Praguejam,
Que são Tuas opositoras (Malditas!)
Por Inveja de não serem Quem Tu És!
(Aconselha-me convictamente).
E insiste:
ESCREVE! ESCREVE! ESCREVE…!
Escreve as tuas Memórias os teus Desejos,
Todos os teus Pensamentos, primando por essa VERDADE
Do DIZER que te caracteriza,
Mesmo que Cruel para todos os outros!
ESCREVE sempre que a Tua VONTADE-DE-PODER
Se revele em Ti, da mesma forma imperativa com que TE FALO!
(Grita, ainda mais alto, com os olhos ainda mais esbugalhados,
Esbracejando violentamente).

Isabel Rosete

Texto da contracapa desta obra – excerto do Prefácio, escrito pelo Professor Doutor José A. Caiado Ribeiro Graça (Filosofia)



«A criação poética, como as grandes aventuras do espírito, está envolta em mistério e enigma. A sua vida encontra-se constantemente suspensa de um sopro ou alento, de um suporte, de uma inspiração que a anime e lhe dê voo. É, por conseguinte, a expressão de uma existência inquieta, em sobressalto, em cuidado. Ou seja, o meio ou ecossistema onde a poesia ganha vida é, desde as suas origens, desassossego, agitação, impetuosidade, inquietação.
O elevado estatuto do poeta, tal como o elevado estatuto do profeta, radica precisamente aqui: ele é o mediatário, o mensageiro de um passado esquecido ou ignorado, de um presente oculto e nunca suspeitado e de um futuro que virá.
Fluxos da Memória, para além de todos os méritos literários e poéticos, é também um tributo ao respeito pela língua e ao (bom) gosto da escrita. Concretamente, estamos perante um texto de um elevado nível literário e de um apurado e profundo sentido poético. Consequentemente, constata-se um tão raro quanto louvável domínio, correcção e controlo das possibilidades e virtualidades da língua e da escrita.
Hoje, ainda mais do que ontem, é urgente (…) é necessário relevar a boa escrita. É que hoje, fala-se muito, mas diz-se pouco; escreve-se imenso, mas pior; diz-se que há ideias, mas sem ideia nenhuma.
Em Fluxos da Memória, as palavras não são zurzidas nem molestadas, os períodos uma tortura, os parágrafos um massacre e, pasme-se, os sinais de pontuação regressam, estão perdoados! E nem quando a autora abandona, por momentos, o registo poético, recorrendo ao texto em prosa[1], não insiste na nota de rodapé, não salta, continuada e reverentemente, para o colo da citação e não ameaça, ponto sim, ponto não, com o pai da ‘doutrina’.
Fluxos da Memória revela um traço extremamente invulgar: a autora tem pensamento próprio, tem uma ideia. E esse é um traço que distingue e diferencia as obras pensadas, vividas, autênticas e maduras, das…outras.
Deixa-se aqui, e para concluir, uma última sugestão aos futuros leitores: mãos à obra

Professor Doutor José A. Caiado Ribeiro Graça
Porto, Abril de 2013


[1] Vide, v.g., pp. 10-23; 72-73;84-85.